sexta-feira, 9 de outubro de 2009


FISSURA LABIO-PALATINA... SAIBA MAIS!!!



O QUE É FISSURA LABIO-PALATINA?
É uma abertura no lábio ou no palato, podendo ser completa, lábio e palato. Essas aberturas resultam do desenvolvimento incompleto do lábio e/ou do palato (céu da boca), enquanto o bebê está se formando, antes de nascer.
O lábio e o céu da boca desenvolvem-se separadamente durante os três primeiros meses de gestação. Nas fissuras mais comuns, os lábios esquerdo e direito não se juntam, ficando uma linha vertical aberta. A mesma situação pode acontecer com o céu da boca ou palato. Em casos mais raros pode haver duas fissuras no palato, uma do lado direito e outra do lado esquerdo.

QUAL A CAUSA?
A fissura lábio-palatina pode ocorrer de forma isolada ou fazendo parte de uma síndrome, como a síndrome de Roberts. Apesar de várias pesquisas realizadas pelo mundo, a causa das fissuras lábio-palatinas isoladas continua indefinida. As possíveis causas das fissuras podem ser divididas em fatores ambientais e genéticos.
Fatóres Genéticos:
Os fatores genéticos, evidenciados pelas histórias familiares, têm relação com alterações gênicas e cromossômicas. A grande maioria dos casos de fissura lábio-palatina podem ser explicados de acordo com o modelo de herança multifatorial, onde à predisposição à fissura depende da integração de fatores genéticos de natureza poligênica e aditiva a fatores ambientais.
Fatores Ambientais: Os fatores ambientais mais relacionados às fissuras lábio-palatinas são: infecções virais, deficiência nutricionais, anticonvulsivantes, ansiolitícos, agrotóxicos e herbicidas.
Ainda não se tem certeza sobre todos os motivos que causam a fissura. Mas já se sabe que elas acontecem quando o bebê está em fase de formação na barriga da mãe.

QUAL A INCIDÊNCIA?
No Brasil, apesar de ser escasso o investimento em pesquisas para atualização dos dados, pode-se afirmar que para cada 1.000 nascimentos, 2 crianças apresentam fissura lábio-palatal,sendo a mortalidade no primeiro ano de vida em torno de 30%.
Em um levantamento feito em 1986 na cidade de Curitiba, foram examinadas 18.000 crianças em idade escolar e foi constatado 1 (um) caso em cada 569 examinados. Esse percentual não pode ser usado nacionalmente.
Outras expectativas relatam que no Brasil para cada 700 crianças nascidas vivas, tenha algum tipo de fissura.


QUAIS OS TIPOS DE FISSURA?
Existem diferentes tipos de Fissura Lábio-Palatina, elas atingem os lábios, lábios e céu da boca e algumas só o céu da boca, podem ser uni ou bilateral. Na área dos lábios, elas se parecem com um corte que alcança as gengivas e os dentes.
Elas podem ser classificadas (segundo a classificação dada por SPINA (1972), sendo a mais utilizada no Brasil, tendo como base o forame incisivo) em:
- Pré–forame incompleta (unilateral direita/ esquerda/ bilateral);
- Pré-forame completa (unilateral direita/ esquerda/ bilateral);
- Pós-forame completa;
- Pós-forame incompleta;
- Transforame (unilateral direita/esquerda/bilateral);


QUAIS OS PROBLEMAS CAUSADOS PELA FISSURA?
Existem alguns grupos para os problemas que podem acometer os fissurados. Todos de fácil identificação:
Estética da Face -
O mais agressivo dos problemas. A deformidade no rosto, se não resolvida, pode abalar toda a vida da criança e sua família. Em casos mais sérios o fissurado chega a viver escondido, isolado de qualquer contato social.
Fala - Se a fissura atingir somente o lábio é improvável que haja problemas de fala. Entretanto se chegar até o céu da boca, além das cirurgias corretivas, haverá necessidade de tratamento (terapia) fonoaudiológico. O paciente pode apresentar alterações na fala e voz hipernasal. É importante frizar que ajustar tais fatores é de responsabilidade do fonoaudiólogo.
Audição - Em função de diversos desarranjos das vias aéreas há a possibilidade de perda auditiva. Se o tratamento for realizado a tempo com a equipe de otorrinolaringologistas esse risco diminui consideravelmente.
Articulação Dentária - Se a fissura afetar somente o lábio, provavelmente os dentes não terão problemas. Mas se a fissura atingir a gengiva, onde os dentes nascem e crescem, o bebê necessitará de cuidados com profissionais especialistas. A falta do osso na maxila resulta numa irregularidade da posição dos dentes da arcada dentária. Se o protocolo de intervenções de nossos dentistas e ortodontistas for seguido, o problema é reduzido ou totalmente eliminado.
Alimentação - Alguns bebês fissurados não tem problemas com relação a alimentação, outros tem dificuldades. O uso de mamadeiras com bicos especiais ou o posicionamento do bebê na hora da alimentação pode resolver o problema. Nesses casos a mãe é orientada.
Entre problemas para alimentar-se, os mais comuns são:
- Maior cansaço devido a mais esforço para sugar.
- Tosse e engasgos quando o alimento "escapa" pelo nariz.
- Sucção dificultada pela diminuição da pressão intra oral.
- Tempo de mamada mais prolongada.
- Pouca estabilidade ao bico.
A frequência destes problemas variará de acordo com o tipo de fissura sendo mais comum no "céu-da-boca" (palato) do que nas de lábio. O leite materno é o melhor alimento para qualquer criança - seja ela portadora de fissura ou não - pois através deste leite, além de estarmos alimentando, e nutrindo a criança, estaremos protegendo contra algumas doenças, facilitando sua digestão para que não tenha cólicas, previnindo para que não tenha diarréias e lhe dando muito carinho e segurança.
É importante lembrar que:
- Não há nenhuma relação entre a fissura e o desenvolvimento mental da criança. Poderá haver algumas dificuldades de comunicação levadas pela fala ou problemas auditivos. O ingresso na escola é fundamental. Portanto, lembre-se que a Fissura Lábio-Palatina não passa de uma malformação dos lábios/palato, não atrapalhando a capacidade mental. Por isso, o fissurado deve ser tratado com respeito, carinho e compreensão, assim como qualquer outra pessoa;
- É natural, inicialmente, que os pais tenham dificuldades de aceitar a nova situação. Os sentimentos mais puros da maternidade, misturam-se com ansiedade, dúvidas, medos e sensação de culpa. Levar o fato ao conhecimento dos parentes, torna-se uma tarefa ainda mais difícil, mas é importante contar aos familiares e amigos o mais cedo possível, evitando avaliação e comentários fora da realidade.

COMO É O TRATAMENTO?
Não existe idade para iniciar o tratamento. A idade ideal é logo após o nascimento por causa do relacionamento humano do paciente com o seu meio social.
O lábio pode ser reparado nos primeiros meses de vida. O céu da boca leva mais tempo. As datas exatas dessas intervenções cirúrgicas dependem do desenvolvimento do bebê e é determinado equipe técnica atuante no caso. Haverá sempre uma avaliação do médico pediatra.
Milhares de pessoas sofrem com os problemas causados pela Fissura Lábio-Palatina e não somente as crianças. No Brasil, existem muitos adultos que sofrem com o drama da malformação dos lábios. Isto porque eles não sabem que este problema pode ser tratado.
Os primeiros cuidados com qualquer criança podem parecer, no início, causa de grandes dificuldades. Quando estes cuidados se estendem a uma criança portadora de fissura, tais dificuldades parecem tornar-se bem maiores. Isto é devido à angustia e ansiedade dos pais, que abalados pelo nascimento do filho que se afasta do esperado, ficam cheios de medo e culpa.
Com paciência e perseverança a tarefa de "cuidar de uma criança com problema" poderá se tornar em experiência de vida e cheia de descobertas novas.

Um comentário:

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